Para ser membro da Família Jesus Maria José de Leigos, implica conhecer o Instituto Jesus Maria José, a sua obra, a pessoa da sua Fundadora - Beata Rita Amada de Jesus, o seu Carisma e a sua Espiritualidade. Este conhecimento leva a uma tomada de consciência e a um apaixonar-se pelos ideais desse mesmo Instituto.
Foi o que aconteceu comigo. Conheço há cerca de 30 anos o Instituto, e a minha proximidade com as irmãs aconteceu pela ação evangelizadora que desenvolviam na minha comunidade paroquial, pelo acolhimento que sempre encontrei naquela casa por onde passaram tantas irmãs que marcaram a minha vida, a minha formação e a minha caminhada.
Com as Irmãs aprendi a importância da Evangelização, e foi também com elas que dei os primeiros passos na formação catequética de tantas pessoas, em diferentes lugares da nossa diocese.
Desta proximidade nasceu o desejo de conhecer a fundadora desta obra que se estendia já em vários países do mundo e que me seduzia.
Há muito que me sentia apaixonada pela Evangelização e depois de ler a autobiografia da Beata Rita percebi que essa evangelização passava muito pela Família e pela defesa de muitos valores que se têm vindo a perder, como o respeito pelos outros e por si próprio, pela vivência dos sacramentos, alimento essencial para quem é chamado a anunciar o Evangelho da Conversão, pelo que me identifiquei ainda mais com o Instituto e com a sua espiritualidade.
Quando estamos apaixonados, essa paixão transmite-se, entusiasma os outros e leva-os a querer também perceber o que é que nos move e o porquê do nosso empenho e entusiasmo. Foi desta forma que eu acho que a Família Jesus Maria José foi começando a crescer.
A Beata Rita é para mim um modelo e por isso, muitas vezes a menciono e aponto nos meus trabalhos e nas atividades evangelizadoras a que sou muitas vezes chamada.
Quando se existe como família, começa a sentir-se a necessidade de nos encontrarmos. Primeiramente, percebemos que era importante juntarmo-nos para rezar. Nesses momentos de oração fomos incluindo pequenos trechos da Autobiografia da Beata Rita e das Constituições do Instituto, conforme nos vinha proposto do Brasil, e fomos colocando à Beata Rita as nossas preocupações, os nossos anseios, e a nossa vida.
Fomos assim formando uma família. Uma família que partilhava e vivia as alegrias, as tristezas e as expectativas dos seus membros, e que os punha em comum, para que se entreajudassem.
Mais tarde, entendemos que deveríamos ler o projecto do Directório da Família Jesus Maria José de Leigos para sabermos quais as regras, deveres e obrigações dos seus membros, e fizemo-lo em fases, analisando-o e apreciando as sugestões de alteração que foram propostas no I Encontro de Leigos, no Brasil.
Desta forma, fomo-nos sentindo mais família, comungando os mesmos ideais de Beata Rita, cuja autobiografia já tínhamos tido oportunidade de ler e de ir aprofundando nalgumas partes que nos pareceram mais importantes, e fomos crescendo em número e na espiritualidade da Família de Nazaré…
Decidimos no ano passado conhecer os caminhos que Beata Rira percorreu. Foi muito importante para percebermos bem a sua coragem, a sua fé e perseverança, andando de terra em terra para levar o Evangelho da conversão aos seus irmãos, e viemos de lá mais fortes e com mais vontade de comungar os seus ideais.
Desta forma, fomos conhecendo mais e melhor não só o Instituto, bem como os ideais da sua fundadora e fomos sentindo como era importante juntarmo-nos para saber cada vez mais, tendo começado a refletir sobre o seu testamento espiritual.
E é conhecendo que se vai amando e se vai crescendo nesta busca de levar a espiritualidade da família de Nazaré às famílias da nossa comunidade.
Fizemos então a distribuição de 3 Sagradas Famílias que percorrem alguns lares da nossa cidade, onde têm sido bem acolhidas e sentimos já a necessidade de integrar mais uma, uma vez que o número de famílias que a estão a receber tem vindo a aumentar. Percebemos que a Família tem ânsia de beber nos ideais da Sagrada Família de Nazaré.
Estamos unidos ao Instituto nas suas datas mais importantes e temos colaborado na dinamização de diversas atividades, procurando chegar às famílias através das crianças, adolescentes e jovens da catequese, com PowerPoint e dramatizações, bem como na participação e divulgação de outros eventos abertos a toda a comunidade.
É nesta comunhão de vida que procuramos estar, para podermos ser fiéis ao compromisso que assumimos de divulgar e fazer crescer esta Família, os seus valores e os seus ideais.
Veio o Natal, e, atentos às dificuldades de algumas famílias estivemos presentes com a oferta de seis cabazes, em nome da FJMJ de Leigos.
E mantemo-nos atentos às necessidades daqueles que nos rodeiam, rezando por eles, pedindo a intercessão da Beata Rita e ajudando naquilo que é mais necessário.
Estas verbas que conseguimos amealhar são resultantes das ofertas que os membros da família vão fazendo ao longo do ano, em liberdade, cada vez que nos encontramos todos os meses, e são aplicadas com o conhecimento e a anuência de todos os seus membros.
Uma família sofre quando os seus membros sofrem, alegra-se com as suas alegrias, vive as suas dificuldades e exulta com todas as coisas boas que lhe acontecem, e desta forma se vai sentindo mais unida, a sente cada vez mais sua e está presente em todos os momentos da sua vida.
Esta deverá ser a postura da família Jesus Maria José de Leigos. Respeitando e tendo sempre em conta o espaço que lhe é devido, mas unida ao Instituto e a todas as suas atividades como membros ativos, dinamizadores e divulgadores da sua Espiritualidade e do seu carisma, numa obediência plena ao que está estabelecido no Projeto de Diretório e procurando nunca interferir naquilo que não é sua função, nem objetivo.
Mas, não deixarei de dizer que tudo isto só é possível com a colaboração e empenho das irmãs, com a sua ajuda e testemunho.
Estamos aqui para colaborar, dar as mãos e continuar com coragem esta missão que nos confiaram, entregando nas mãos da Beata Rita todo o trabalho realizado e pedindo a sua proteção para tudo aquilo que são os nossos projetos e os nossos anseios para este ano em que se Comemora o Centenário da sua morte.
Só seremos dignos e merecemos ser membros desta Família Jesus Maria José se procurarmos testemunhar os ideais da fundadora do Instituto, ultrapassando as dificuldades que vão surgindo, apoiados no exemplo e coragem que a Beata Rita nos transmitiu ao longo da sua vida, lutando por aquilo em que ela sempre acreditou e que hoje também sentimos como nosso.